Dólar inverte e opera em alta com dados de emprego e à espera de anúncio de corte de gastos; Ibovespa sobe
No dia anterior, a moeda norte-americana avançou 0,75%, cotada a R$ 5,8109. Já o principal índice de ações da bolsa de valores recuou 0,99%, aos 126.922 pontos. Dólar
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O dólar inverteu o sinal e opera em alta nesta sexta-feira (22), com investidores repercutindo novos dados do mercado de trabalho brasileiro e à espera do anúncio do pacote de corte de gastos para as contas públicas pela equipe econômica do governo federal.
Há grande expectativa pelo anúncio do governo, que deve acontecer hoje. A projeção é que a equipe econômica anuncie um bloqueio de cerca de R$ 5 bilhões no Orçamento 2024 — o que representaria, junto a outras medidas anteriores, um contingenciamento de R$ 17 bilhões.
A informação foi antecipada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, em entrevista à GloboNews na manhã de quinta-feira (21) e, à noite, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A expectativa pelo anúncio, que é aguardado há quase um mês, ajuda a acalmar os ânimos do mercado com relação ao cenário fiscal brasileiro. A ideia é que, com os cortes de gastos, o governo consiga equilibrar a situação das contas públicas e honrar o arcabouço fiscal (conjunto de regras que determinam quanto o país pode gastar).
Contas mais controladas são bem vistas por investidores porque aumentam a confiança de que o país será capaz de arcar com suas dívidas.
Além disso, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou novos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral. Apesar da taxa de desemprego ter caído 0,5 ponto percentual no terceiro trimestre, a 6,4%, apenas sete dos 27 estados brasileiros tiveram uma queda na desocupação no mesmo período.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, também opera em alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Às 10h40, o dólar subia 0,15%, cotado a R$ 5,8197. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,75%, cotada a R$ 5,8109.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,38% na semana;
recuo de 0,24% no mês;
ganho de 18,86% no ano.
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,46%, aos 127.504 pontos.
Na véspera, o índice fechou em baixa de 0,99%, aos 126.922 pontos.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,68% na semana;
perdas de 2,15% no mês;
recuo de 5,41% no ano.
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O que está mexendo com os mercados?
A espera pelo pacote de cortes já dura mais de trê semanas. Inicialmente, investidores acreditavam que as medidas seriam anunciadas logo após o fim do segundo turno das eleições municipais. No entanto, as negociações para decidir quais ministérios seriam atingidos pelos cortes se estenderam.
No domingo (18), em entrevista à Times Brasil CNBC, Haddad afirmou que o pacote com medidas de contenção de gastos está "está fechado" e será divulgado em breve.
"Nós vamos anunciar brevemente, porque está faltando a resposta de um ministério [...], o Ministério da Defesa", afirmou. "Tivemos boas reuniões com o ministro [José Múcio] e os comandantes das Forças".
O ministro também informou que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, sinalizou que fará todo o esforço necessário para aprovar as medidas ainda neste ano no Congresso.
Na segunda-feira, o presidente do Banco Central do Brasil (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que as taxas de juros mais longas estão em alta por uma percepção dos mercados financeiros de que o governo não conseguirá cumprir com as metas estabelecidas pelo arcabouço fiscal — regra que limita as despesas públicas.
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