Nova rodada de libertação de reféns do Hamas fica paralisada após fala de Trump
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Soltura de reféns em troca de presos palestinos está prevista para ocorrer neste sábado (8), mas não há informações sobre troca desde que Trump disse que EUA querem tomar o controle da Faixa de Gaza. Refém israelense Arbel Yehud, de 29 anos, sendo conduzida por membros do grupo terrorista Hamas em meio a multidão durante libertação em 30 de janeiro de 2025.
REUTERS/Ramadan Abed TPX IMAGES OF THE DAY
A nova rodada de libertação de reféns pelo Hamas como parte do cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista está indefinida após as falas do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre tomar o controle de Gaza.
Pelo calendário da trégua acordada entre as duas partes, uma leva de troca de reféns por prisioneiros palestinos estava marcada para este sábado (8). Até a última atualização desta reportagem, no entanto, nenhuma informação foi divulgada por nenhum dos dois lados.
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"Não temos informações sobre a lista de reféns que serão libertados no sábado", disse à agência de notícias AFP um porta-voz do Fórum das Famílias de Reféns, a principal associação de parentes, que voltou a pedir ao governo, nesta sexta-feira, para acelerar a liberação.
A incerteza ocorre em meio a um aumento das tensões por conta da declaração de Trump sobre o país "assumir" Gaza e remover todos os moradores do território, o que gerou forte crítica da comunidade internacional.
O acordo de cessar-fogo que entrou em vigor em 19 de janeiro previa a libertação de "vários reféns" neste sábado.
Desde o início da trégua, o Hamas tem comunicado a Israel os nomes dos reféns que serão libertados poucos dias antes da libertação, o que ainda não aconteceu desta vez.
Segunda fase
Libertação de reféns do Hamas ocorreu em meio a multidão no sul da Faixa de Gaza
As negociações indiretas entre Hamas e Israel sobre a segunda fase do acordo começaram na terça-feira (4) no Catar, um dos três mediadores do processo, ao lado de Estados Unidos e Egito, segundo um porta-voz do movimento palestino. A nova etapa deve resultar na libertação de todos os reféns e no fim definitivo da guerra em Gaza.
Durante a visita a Washington do premiê israelense a Washington, Donald Trump anunciou a proposta surpreendente de assumir o controle do território palestino e transferir a população de Gaza para países vizinhos, com o objetivo de possibilitar a reconstrução.
"A Faixa de Gaza será entregue aos Estados Unidos por Israel ao final da luta", afirmou Trump. Ele acrescentou que os palestinos serão "realocados em comunidades muito mais seguras e bonitas, com casas novas e modernas, na região", como no Egito ou Jordânia, escreveu em sua rede Truth Social.
Os dois países, no entanto, rejeitaram com veemência a proposta.
Apesar de vago, o plano de Trump deixa em perigo a ideia de uma solução de dois Estados para solucionar o conflito palestino-israelense de décadas. A opção é defendida por grande parte da comunidade internacional, mas Israel se opõe.
Desde seu retorno à Casa Branca em 20 de janeiro, o republicano multiplicou os gestos de apoio a Israel. O mais recente aconteceu na quinta-feira, quando assinou uma ordem executiva que prevê sanções contra o Tribunal Penal Internacional (TPI) por empreender "ações ilegais" contra os Estados Unidos e Israel.
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